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Ciclo de Formação em Educação Popular fortalece práticas pedagógicas e compromisso social

O “Ciclo de Formação em Educação Popular: Fronteiras e Territórios 2025”, promovido pela Fundação Fé e Alegria do Brasil em parceria com o Centro de Promoção de Agentes de Transformação (Cepat), foi concluído em 25 de junho de 2025, após cinco encontros realizados ao longo do primeiro semestre. Com uma proposta formativa política e contextualizada, o ciclo reuniu educadores e educadoras de diversas áreas de Fé e Alegria e de outras obras da Companhia de Jesus, promovendo reflexões críticas sobre temas contemporâneos à luz dos princípios da Educação Popular e da Ecologia Integral.

 

Realizado de forma online e com certificação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o ciclo contou com 20 horas de formação, combinando momentos síncronos e atividades complementares. Os encontros mensais abordaram temas centrais à Educação Popular, como Ecologia Integral, paradigma do cuidado, pedagogia do diálogo, dimensão política da prática educativa e as trilhas percorridas pela própria Fé e Alegria nesse campo.

 

Durante o percurso formativo, os participantes aprofundaram a compreensão da Educação Popular como prática viva — que acontece dentro e fora dos muros escolares. Para o Diretor-Presidente da Fundação Fé e Alegria do Brasil, Pe. Alexandre Raimundo de Souza, SJ, essa é uma identidade que precisa ser constantemente lembrada e fortalecida:

 

“Falar Fé e Alegria é quase que dizer um sinônimo de Educação Popular. Nós não fazemos educação apenas dentro da escola. Nós fazemos educação em todos os locais em que estamos”, destacou o jesuíta, que também reforçou a importância da formação como estratégia de articulação e fortalecimento da rede em todo o país: “Ser mais com os demais, numa rede articulada, na nossa província do Brasil. É olhar de que maneira podemos fortalecer esse trabalho e alargar os horizontes de compreensibilidade. Se eu não amplio meus horizontes, vejo o mundo de forma muito estreita e não consigo compreender a realidade do outro”.

 

A Coordenadora Pedagógica Nacional de Fé e Alegria Brasil, Fernanda Ariele da Silva, reforçou o papel da iniciativa: “O ciclo reafirma o compromisso ético, político e pedagógico da Fundação com os desafios dos territórios e com a escuta das realidades que atravessam o cotidiano da nossa prática. A parceria com o CEPAT possibilitou ampliar repertórios, fomentar o pensamento crítico e provocar deslocamentos importantes no modo como compreendemos a prática educativa em contextos populares”.

 

Representando o Cepat, Jonas Jorge ressaltou que os encontros são sementes lançadas para novas ações coletivas. “Que esta pequena iniciativa nos leve ao discernimento dos apelos que emergiram, para que sigamos em movimento. Que dentro da dinâmica da vida e da vivacidade de todos os processos, possamos, coletivamente, construir a Educação Popular que transforma dentro de Fé e Alegria.”

 

Mais do que conteúdos, a proposta promoveu uma rica troca de experiências e saberes. Para Ana Bárbara Janaína de Oliveira Souza, Educadora Social de Fé e Alegria Vazantes (CE): “Foi uma experiência extremamente enriquecedora, especialmente pela troca de vivências entre os participantes e pela abordagem crítica dos temas relacionados a territórios e fronteiras. Os conteúdos dialogaram diretamente com a prática cotidiana, fortalecendo a dimensão política e pedagógica da Educação Popular.”

 

O formato dos encontros também foi elogiado, a exemplo de José Paulo Gomes Teixeira, Assessor Pedagógico de Fé e Alegria Recife (PE), que ressaltou: “A organização das atividades nos encontros síncronos foi ótima, deixando um momento para a discussão teórica, uma parte para a discussão em grupos e outra parte para compartilhar as discussões. Acredito que este formato pode ser adotado em nossas próximas formações e reuniões pedagógicas.”

 

Além das reflexões teóricas e metodológicas, o ciclo também tocou aspectos subjetivos e identitários dos participantes, fortalecendo o vínculo entre educação e realidade social. Daniel dos Santos Silva, Educador Social de Fé e Alegria Vazantes (CE), compartilhou: “O ciclo me ajudou a entender melhor o que é território, não só como um lugar, mas como um espaço cheio de histórias e culturas. Aprendi sobre a importância de valorizar nossa identidade e as desigualdades que existem ao nosso redor”.

 

O Ciclo de Formação 2025 fortalece o compromisso ético, político e pedagógico da Fé e Alegria com a Educação Popular. Mais do que uma formação técnica, foi um chamado à ação coletiva, ao cuidado com a Casa Comum e à valorização dos saberes dos povos e comunidades com quem se constrói diariamente uma educação transformadora.

 

Os diálogos entre os participantes, marcados por vivências plurais e ricas em significados, ressaltaram a importância da educação como prática libertadora e transformadora. O engajamento demonstrado indica a necessidade de continuidade do processo formativo, com novas edições voltadas para aprofundamentos e desdobramentos, baseados nos princípios da Educação Popular.

 

Entre os temas sugeridos para um segundo ciclo formativo, destacam-se:

 

  • Educação Antirracista, de Gênero e Diversidade
  • Ecologia Integral (de acordo com o contexto local)
  • Tecnologias Digitais e Inovação Social
  • Formação Política e Juventudes
  • Currículo, Avaliação e Práticas Pedagógicas
  • Espiritualidade Inaciana e Identidade Fé e Alegria

 

Esses temas representam a continuidade de um caminho formativo comprometido com a justiça social, a construção de saberes coletivos e a transformação das realidades onde Fé e Alegria está inserida, em sintonia com as demandas do tempo presente.

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