Nesta segunda-feira (17), começou, em Boa Vista (RR), a 39ª Semana dos Migrantes e Refugiados. O evento, realizado pela diocese de Roraima, conta com a participação de diversas organizações, com o objetivo de sensibilizar a sociedade. Este ano, a Semana tem como tema “Migração e Casa Comum” e, como lema, “Alarga o espaço da tua tenda” (Is. 54,2). A Fundação Fé e Alegria do Brasil participa com voluntários na organização, além de ter dois de seus coordenadores atuando como cerimonialistas.
Na cerimônia de abertura, o bispo de Roraima, dom Evaristo Spengler, lembrou que a população do estado é migrante, chegada de diferentes regiões do Brasil, e que, a partir de 2017, passaram a chegar mais venezuelanos. “Todos os que chegaram aqui trouxeram a sua cultura, o seu jeito de ser, a sua história, e cada um trouxe um pouquinho mais de enriquecimento à nossa sociedade, a visão do mundo, a culinária.”
Ele reforçou ainda que “a migração não é um problema, a migração é uma riqueza, que torna a sociedade mais plural, mais acolhedora, uma sociedade de fato aberta a todas as pessoas que possam aqui chegar”.
A abertura contou também com apresentação de dança da etnia Warao a Janoko, de canto em português dos migrantes, de música instrumental do grupo da Igreja de Santo Agostinho e de canto das crianças que vivem na rodoviária. O evento vai até este domingo (23), com missa de encerramento na Igreja São Bento.
Partilha, aprendizado e serviço
O coordenador regional de Fé e Alegria em Roraima, José Alberto Romero Blanco, ressalta a sensibilidade da Fundação às realidades locais. “No Norte do Brasil, mais especificamente em Roraima, a realidade da mobilidade humana constitui um grande desafio para as organizações.”
Nesse sentido, participar da 39ª Semana dos Migrantes e Refugiados significa estar junto aos migrantes venezuelanos. “É estarmos presentes com nossos beneficiários, numa troca cultural, de acolhimento e de amor. Estamos ali compartilhando, aprendendo e servindo. Isso faz parte da nossa realidade local, do nosso trabalho e do nosso apostolado”, ressalta.
José Romero destaca ainda a importância de trabalhar em conjunto com as pastorais sociais, as organizações da sociedade civil e aquelas vinculadas à Organização das Nações Unidas (ONU), para o acolhimento e atendimento da população migrante. “Dentro desse contexto, também fazemos parte da celebração, da comemoração e das reflexões sobre a questão migratória.”
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